Em uma metrópole qualquer. Debaixo de uma chuva fina,
mas tão fina que se tornava quase invisível, caminhavam lado a lado, de mãos
dadas, o garotinho e a mãe. A mãe ia andando com pressa, sem dar atenção ao
filho, arrastando-o pela mão.
Quando eles pararam em um cruzamento, esperando o sinal
abrir, o garotinho girou o pescoço e reparou no mundo à sua volta: nas centenas
de pessoas apressadas, nas plantas, pássaros, prédios e tudo o mais. Após uma
breve análise, por sinal muito precisa, ele virou-se para a mãe e perguntou:
- Mamãe, se os passarinhos são coloridos, as
plantinhas são coloridas, os prédios são coloridos e até mesmo a comida é
colorida... Por que é que as pessoas são assim cinza?
E ele ficou olhando, esperando por uma resposta.
Enquanto o rosto da mãe, por vergonha, passou de cinza para rosa.
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