sábado, 26 de outubro de 2013

F5

As mãos à cabeça
A testa na mesa
E os dedos marcando no pulso
O ritmo da aflição

“A internet caiu”
Disseram-lhe
E ele bufou
Que dessem notícias novas
Que disso sabia há nanossegundos

Foi até a janela
A manhã estalava de fresca
Precisou semicerrar os olhos
Forçado pelo esplendor do dia.

Tanta coisa lá fora
Porram
Tanto o que fazer...
Poderia ir até o centro comprar churros
Surfar no teto de um ônibus
Conversar com alguns velhinhos na praça.
Só exemplos

Havia perspectivas
Ok.
Mas ele não queria nada daquilo.
Voltou ao computador
Teclou F5

E a internet havia voltado.

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