segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Éramos uma patota de artistas

Éramos uma patota de artistas:
gênios incompreendidos – tão certos e presunçosos
em renovarmos a cultura de nossos dias.

Éramos uma patota de artistas:
gênios estetas – egos inflados e almas inflamadas de soberbia.
Como balões cheios de hidrogênio indo às alturas
explodíamos ao primeiro sinal  de pressões externas.

Éramos uma patota de artistas:
gênios abençoados por deuses e fidalgos –
tão certos da necessidade de nossa arte no mundo.

E fomos compondo
E fomos pintando
E fomos escrevendo poesia
E fomos contando histórias
E fomos dançando
Cada um distribuindo a arte que mais lhe apetecia.

Éramos uma patota de artistas:
gênios inúteis numa maquinaria de enlatados e apostasias.



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